terça-feira, 13 de novembro de 2018

EDUCAÇÃO: 10 COISAS QUE TODO ALUNO COM AUTISMO GOSTARIA QUE O PROFESSOR SOUBESSE

CONFIRA 10 DICAS QUE AJUDARÁ O PROFESSOR NO APRENDIZADO E COMPORTAMENTO DE ALUNOS COM AUTISMO.

O conhecimento é um tesouro, mas a prática é a chave para alcançá-lo.
Thomas Fuller.

1.Comportamento é comunicação.
Todo comportamento acontece por uma razão. Ele conta para você, mesmo quando as minhas palavras não podem fazê-lo, como eu percebo o que está acontecendo ao meu redor. Comportamento negativo interfere no meu processo de aprendizagem. Entretanto, simplesmente interromper esses comportamentos não é suficiente; ensine-me a trocá-los por alternativas adequadas de modo que a aprendizagem real possa fluir. Comece por acreditar nisto: eu verdadeiramente quero aprender a interagir de forma apropriada. Nenhuma criança quer receber uma bronca por comportamento negativo. Esse comportamento geralmente quer dizer que eu estou atrapalhado com sistemas sensoriais desorganizados, não posso comunicar meus desejos ou necessidades ou não entendo o que se espera de mim. Olhe além do meu comportamento para encontrar a fonte da minha resistência. Anote o que aconteceu antes do comportamento: as pessoas envolvidas, hora do dia, ambiente. Um padrão emerge depois de um período de tempo.

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2. Nunca presuma nada.
Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções, mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem, mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:
Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.

Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pegado um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.

3. Procure primeiro por problemas sensoriais.
Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons “entre nós” – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador. Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas ideias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.

4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele.
Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranquila.

5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa.
“Você deixou uma bagunça na pia!” é apenas a afirmação de um fato para mim. “Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é: por favor, lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo”. Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.

6. Tenha uma expectativa razoável.
Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.

7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades.
Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extras no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um “timer” na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.

8. Não torne pior uma situação ruim.
Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:
– Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos, mas não as palavras.
– Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.
– Fazer acusações sem provas.
– Adotar uma medida diferente da dos outros.
– Comparar com um irmão ou outro aluno.
– Lembrar episódios prévios ou não relacionados.
– Colocar-me em uma categoria (“crianças como você são todas iguais)”.

9. Critique gentilmente, seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva?
A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.
– Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super- estimulado, ansioso, “ausente” ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.

– Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.

– Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apoie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca. Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.
– Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.

10. Ofereça escolhas reais – e apenas escolhas reais.
Não me ofereça uma escolha ou pergunte “você quer…?” a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. “Não” pode ser minha resposta honesta para “Você quer ler em voz alta agora? ou você quer usar a tinta junto com o Pedro?” É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.

Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas frequentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.

– Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: “escreva seu nome e data no alto da página” diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou “qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?”. A seguir diga: “você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?”

– Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o por que:
1 – Não posso deixar você escolher nesta situação porque é perigoso. Você pode se machucar.

2- Não posso dar essa escolha porque atrapalharia um colega (teria um efeito negativo sobre outra criança).

3 – Eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser a escolha do adulto.

A última palavra: ACREDITE.
Henry Ford disse: “Quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo”.
Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação, mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que “eu posso”. Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.

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EDUCAÇÃO: 'Escola sem Partido'

 
Doutrinação, nunca; perseguição ideológica, jamais
por Andréa Ramal
Ensinar a pensar de forma crítica é um dos principais papeis da escola. Fazer a cabeça do estudante, ao contrário, é doutrinação inescrupulosa. Mas será mesmo necessário fazer uma lei sobre “Escola Sem Partido” para estabelecer tais limites?

O movimento Escola sem Partido parte do princípio - legítimo - de que o professor não pode ser aproveitar da audiência cativa dos alunos para promover as suas concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.

Se aprovada a lei que o movimento defende, o professor não poderá favorecer, prejudicar nem constranger os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas. Quando abordar questões políticas, socioculturais e econômicas, terá que apresentar aos alunos, de forma justa, as principais versões, teorias e perspectivas concorrentes a respeito.
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A Leitura abre sua Mente
Ora, todo professor com a devida ética profissional faz isso. E se ele, ao contrário, abusa da falta de conhecimento ou da imaturidade dos alunos para “fazer a sua cabeça”, ou prejudica os alunos por causa das suas convicções, está desvirtuando o processo educacional, que deve incentivar a autonomia intelectual, a reflexão crítica e a capacidade de fazer suas próprias escolhas. É isso o que a educação de hoje requer: formação para a autonomia intelectual.

Quando um professor age sem a ética necessária ao exercício da profissão, cabe ao coordenador pedagógico e ao diretor da escola cuidar do assunto, eventualmente inclusive com punições. Os pais e os próprios estudantes devem ficar atentos para alertar a escola sobre abusos e desvios da função docente.

O mesmo se pode afirmar sobre os livros didáticos. Cabe ao MEC e a cada professor avaliar se um livro didático apresenta cada tema de forma adequada, para contribuir para a visão global e a formação integral do estudante, ou se ele é tendencioso, ofensivo ou tem viés partidário. Nesse caso, o livro jamais deveria ser adotado.

Preocupam, nesta discussão, as interpretações radicais, que podem derivar no patrulhamento ideológico. Podemos imaginar um sem número de situações absurdas: por exemplo, famílias processando escola e professor porque este mencionou determinado pensador, ou porque não deu o mesmo tempo de aula sobre o pensador “concorrente”, ou porque a prova trazia questões sobre determinada linha político-econômica, e assim por diante. Ou, ainda, escolas que abolissem de sua didática os debates ou as leituras mais provocadoras.

Doutrinação nunca; ensinar a pensar, sempre. Isso se faz com leituras, filmes, debates, dinâmicas de interação, oportunidades para que o estudante exponha seus argumentos e aprenda com as visões de todos os outros.

Acreditar que existe educação “neutra” é ingenuidade. Mas é possível, sim, abordar os mais diversos temas e autores de forma instigante e, ao mesmo tempo, respeitosa da autonomia do estudante, estimulando-o a fazer uma leitura crítica da realidade e, com liberdade e consciência, se posicionar como cidadão. Professores com ética e bom senso fazem isso todos os dias.

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PONTO & CONTRAPONTO: Escola sem Partido (Contraponto)

Hoje mais um ataque a educação está batendo a nossa porta. É preciso organizar forças e fazer novamente o que estamos fazendo repetidas vezes nos últimos tempos: lutar contra retrocessos. São tantos que nem é possível lutar por avanços. Agora é hora de não deixar que a educação dê mais um passo para trás.
Por Osvaldo de Souza

Está tramitando no senado o PLS 193/2016 de autoria do senador Magno Malta, o projeto Escola Sem Partido.

Este projeto tem no seu escopo geral a neutralidade da educação. O primeiro artigo que define as diretrizes do projeto apresenta:
I – neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado;
II – pluralismo de ideias no ambiente acadêmico;
III – liberdade de aprender e de ensinar;
IV – liberdade de consciência e de crença;
V – reconhecimento da vulnerabilidade do educando como parte mais fraca na relação de aprendizado;
VI – educação e informação do estudante quanto aos direitos compreendidos em sua liberdade de consciência e de crença;
VII – direito dos pais a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com as suas próprias convicções.
O projeto ainda conta com uma cláusula onde obriga a fixação, em cada sala de aula do Brasil, o seguinte cartaz (com dimensões definidas 90×70 cm).
Imagem

Este projeto já foi transformado em lei em Alagoas e está tramitando no âmbito federal e em outros estados:
Projetos em andamento
PL 867/2015 – Izalci (PSDB/DF)
PL 7180/2014 – Erivelton Santana (PSC/BA)
PL 1411/2015 – Rogério Marinho (PSDB/RN)
Distrito Federal – PL 53/2015 e PL nº 1/2015
São Paulo – PL 1301/2015 e PL 960/2014
Rio de Janeiro – PL 823/2015
Goiás – PL 2861/14
Rio Grande do Sul – PL 190/2015

A educação não é neutra! Os proponentes do programa (coordenador Miguel Nagib) sabem muito bem disso, mas dissimulam o projeto e o discurso para varrer das salas de aula o que chamam de doutrinação ideológica de esquerda.


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A Leitura Abre a Mente
A educação, como superestrutura do sistema capitalista é uma área em constante disputa. De fato, a reprodução do sistema conta em grande parte com os dispositivos educacionais; a escola reprodutora de conteúdos, a disciplinarização, a castração intelectual, a meritocracia, a desvinculação dos conhecimentos teóricos (mundo escolar) e conhecimentos técnicos (mundo do trabalho), entre outros
. Desta forma, esta superestrutura é constantemente disputada, mas hoje é controlada pelo estado (85% dos estudantes do país) que por sua vez se encontra a serviço da burguesia.

Ainda assim esta burguesia não quer deixar brechas para qualquer tipo de discurso ideológico contrários aos que o sistema como um todo prega.

O projeto de lei Escola Sem Partido busca uma pseudo neutralidade na educação, mas no fundo procura barrar discursos e práticas ideológicas de esquerda. Em seu texto deixa claro que é através da “tentativa de formação crítica que os professores inculcam nos estudantes uma doutrinação ideológica”. Porém o que eles não percebem e não se dão conta é que são as condições concretas que formam os estudantes para a crítica do mundo em que vivem.

A formação não está nos discursos, muitas vezes vazios, nas salas de aula. A formação crítica vem da pobreza, da miséria, da fome, da violência policial nas periferias, da violência da própria escola, da falta de trabalho, da percepção de que o estudo e a formação acadêmica que estão obtendo não está auxiliando para uma melhora na vida. São estas condições concretas e objetivas que formam os estudantes. São elas que mostram para os estudantes que o mundo em que vivem não tem espaço para eles.
Hoje 85% dos estudantes do Brasil estão nas escolas públicas e a imensa maioria destas escolas existe sobre condições precárias, sem infraestrutura para uma educação de qualidade, com professores mal pagos (basta lembrar que o salário do professor é hoje o mais baixo entre todos aqueles que possuem nível superior), sem uma proposta pedagógica clara (basta pensar na discrepância que existe entre os projetos políticos pedagógicos e a prática da escola), sem um currículo que promova qualquer tipo de emancipação dos estudantes. Com estas condições fica claro que não é necessária nenhuma doutrinação ideológica de esquerda para que os estudantes se revoltem contra o sistema.

Este argumento pode ser provado da seguinte forma:
No ano passado durante as ocupações de escolas, onde 215 escolas foram ocupadas em São Paulo e continuando esse movimento em outros estados como Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os estudantes mostraram sua insatisfação com um sistema educacional falido. Combateram projetos de destruição da escola (projetos pontuais) ou críticas mais gerais (corte de verbas). Os estudantes não tiveram um apoio massivo dos professores em seu movimento e isso mostra que não existe um grande movimento de professores no sentido da doutrinação ideológica de esquerda que o projeto escola sem partido tanto combate. O texto do projeto diz que existe um “exército de militantes disfarçados de professores”, o que infelizmente, não é verdade.

O trecho seguinte foi extraído do projeto e deve ser desmascarado.
“É fato notório que professores e autores de livros didáticos vêm-se utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes a determinadas correntes políticas e ideológicas; e para fazer com que eles adotem padrões de julgamento e de conduta moral – especialmente moral sexual – incompatíveis com os que lhes são ensinados por seus pais ou responsáveis”
O projeto utiliza um jogo sujo de palavras e interpretações de outras leis como o ECA e LDB, para justificar seus disparates. No trecho seguinte usa a palavra “exploração” que o Estatuto da Criança e do Adolescente apresenta, para inventar uma possível exploração política:
“Sendo assim, não há dúvida de que os estudantes que se encontram em tal situação estão sendo manipulados e explorados politicamente, o que ofende o art. 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), segundo o qual “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de exploração””.

Infelizmente os trabalhadores da educação não se encontram numa luta massiva pela transformação do sistema e esta constatação pode ser facilmente verificada, por exemplo, na greve dos professores de SP de 2015 que durou 92 dias, a maior da história, e muito vitoriosa do ponto de vista dos métodos empregados pela categoria, mas que não ultrapassou 50% de adesão nem em seu momento mais forte.
Também podemos usar de exemplo o engajamento no movimento de ocupação de escolas. Se pegarmos uma escola ocupada como exemplo a EE Anhanguera, dois professores de um universo de aproximadamente 70 apoiaram integralmente a ocupação que durou 51 dias mobilizando muitos estudantes da escola e paralisando as atividades por completo; outros quatro professores apoiaram a ocupação de forma menos intensiva. Este é um exemplo pontual, mas que retrata a realidade de muitas escolas que foram ocupadas em São Paulo.

Não existe o chamado “exército de militantes” que o projeto Escola Sem Partido quer apresentar. Isso é mais uma prova de que doutrinação ideológica de esquerda que o projeto busca acabar na realidade nem existe.

Desta forma fica ainda mais claro que são as condições concretas da vida dos alunos, e não os discursos dos professores, que os formarão criticamente e os engajarão nas lutas que virão pela frente.
Sabemos que a escola que existe sob o sistema capitalista é uma farsa, não serve aos interesses dos trabalhadores e seus filhos. Está completamente desvinculada da produção social e precisa ser radicalmente transformada. Contudo esta transformação não se dará de dentro da escola e muito menos de projetos impostos pelos governos burgueses. Esta transformação só será possível com o fim do sistema de opressão e exploração em que vivemos, com o fim do capitalismo.

Ainda que esta escola não sirva aos interesses dos trabalhadores é preciso repudiar o projeto Escola Sem Partido, por atacar ainda mais o trabalho docente. Por criar uma política de mordaça no já tão explorado trabalho do professor e por colocar em choque as pontas oprimidas do sistema, alunos e professores.

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PONTO & CONTRAPONTO: Escola sem Partido (Ponto)

Por uma lei contra o abuso da liberdade de ensinar
O Programa Escola sem Partido é uma proposta de lei que torna obrigatória a afixação em todas as salas de aula do ensino fundamental e médio de um cartaz com o seguinte conteúdo:
O “escola sem partido” é um movimento recente, uma iniciativa de pessoas cansadas de professores usarem salas de aulas para militar no lugar de ensinar os alunos. 
Por uma escola sem partido, nem à direita, nem à esquerda
Por CLEBER TOLEDO
O governador comunista do Maranhão, Flávio Dino, editou decreto nessa segunda-feira, 12, que trata sobre liberdade de expressão nas escolas do Estado. Um tentativa canhestra de combater a Escola Sem Partido. Mera firula político-partidária porque, se o projeto for aprovado pelo Congresso Nacional, esse decreto de Dino valerá menos do que uma moeda de um centavo.

Desejei muito a vitória do governador do Maranhão nas eleições de outubro, porque qualquer coisa é melhor para aquele Estado do que a família Sarney. Até um comunista. Mas nessa segunda-feira fiquei espantado de ver que Dino inaugura escolas na cor vermelha com carteiras escolares também na cor predileta dos comunistas.

A Escola Sem Partido é a defesa de uma escola de qualidade, que prepara verdadeiramente o jovem para os desafios da vida e do mercado. Ou seja, quer um Brasil com um futuro à altura dos nossos desejos e sonhos
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Isso, por si só, confirma a importância da projeto da Escola Sem Partido. A esquerda é a mais resistente porque já há algumas décadas vem fazendo doutrinação descarada nos ambientes escolares. Nossos alunos, em exames nacionais e internacionais, têm mostrado que são incapazes de formular uma frase e fazer contas básicas. Mas estão aprendendo muito bem as lições de como gritar “Lula Livre”, queimar pneus nas ruas, depredar lojas e outras práticas de black bloc.

Enquanto o Brasil precisa qualificar sua mão de obra para se tornar competitivo — e a baixa produtividade de nossos trabalhadores são um dos maiores entraves ao desenvolvimento do País —, vemos uma geração inteira perdida por uma escola que foca mais no direcionamento ideológico do que no cumprimento de seu dever de garantir formação eficaz. Esses cidadãos sofrerão absurdamente quando chegarem ao mercado e constatarem que as aulas de black bloc, que substituíram as disciplinas tradicionais, os impedem de crescer profissionalmente.

De outro lado, temos também professores que vão lecionar com camisas do presidente eleito Jair Bolsonaro. Um acinte. Inaceitável.

A boa notícia é a nota técnica assinada por mais de 200 membros do Ministério Público de todo o País em defesa da Escola Sem Partido. Entre eles, temos um tocantinense, o promotor Vilmar Ferreira de Oliveira, aquele que impediu que marginais tentassem invadir uma escola em Miracema.

Na nota técnica, os signatários afirmam que “os projetos de lei federal, estadual ou municipal baseados no anteprojeto do Programa Escola sem Partido (v. infra § 23) não violam a Constituição Federal; ao contrário, visam a assegurar que alguns dos seus mais importantes preceitos, princípios e garantias sejam respeitados dentro das escolas pertencentes aos sistemas de ensino dos Estados e dos Municípios”.
Segundo eles, “de tão disseminada no tempo e no espaço, a doutrinação se naturalizou, a ponto de 80% dos professores da educação básica não se constrangerem de reconhecer que seu discurso em sala de aula é ‘politicamente engajado’; e de 61% dos pais acharem que é ‘normal’ o professor fazer proselitismo ideológico em sala de aula”.
Os membros do MP explicam que o Movimento Escola sem Partido surgiu em 2004 “como reação a duas práticas ilegais que se disseminaram por todo o sistema educacional: de um lado, a doutrinação e a propaganda ideológica, política e partidária nas escolas e universidades; de outro, a usurpação ‒ pelas escolas e pelos professores ‒ do direito dos pais dos alunos sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos”.

E garantem: “Não obstante, e como será demonstrado, o uso ideológico, político e partidário das escolas e universidades viola gravemente a Constituição Federal e outras leis do país, causando enormes prejuízos aos estudantes, às famílias e à sociedade”.

Atenção a este trecho: “Os estudantes são lesados quando professores militantes e ativistas se aproveitam de sua audiência cativa para tentar transformá-los em réplicas ideológicas de si mesmos; quando são cooptados e usados como massa de manobra a serviço dos interesses de sindicatos, movimentos e partidos; quando são ridicularizados, estigmatizados e perseguidos por possuírem ou expressarem crenças ou convicções religiosas, morais, políticas e partidárias diferentes das dos professores; quando estes lhes sonegam ou distorcem informações importantes para sua formação intelectual e para o conhecimento da verdade; quando o tempo precioso do aprendizado é desperdiçado com a pregação ideológica e a propaganda político-partidária mais ou menos disfarçada”.

Mais: “As famílias são lesadas quando a autoridade moral dos pais é solapada por professores que se julgam no direito de dizer aos filhos dos outros o que é certo e o que é errado em matéria de moral. Instigados por esses professores, muitos jovens passam a questionar e rejeitar o direcionamento estabelecido por seus pais no campo da religião, da moral e dos costumes, ensejando o surgimento de graves conflitos no seio das famílias”.

Ainda: “E a sociedade é lesada quando recebe, em troca dos impostos que paga, uma educação conhecida mundialmente por sua péssima qualidade; quando é obrigada a suportar o fardo de uma força de trabalho despreparada; quando sofre as consequências de greves abusivas, seletivamente organizadas e deflagradas para prejudicar adversários políticos dos sindicatos de professores; quando custeia o projeto de poder dos partidos que aparelharam o sistema de ensino”.

Os promotores explicam que o objetivo do Programa Escola sem Partido é apenas este: informar estudantes e professores sobre direitos e deveres que já existem. “Vale repetir: esses deveres já existem; eles decorrem da Constituição Federal, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e outras leis vigentes no país, como veremos a seguir. Cuida-se apenas de levá-los ao conhecimento dos estudantes”, afirmam os membros do MP.

Ninguém quer censurar professor, apenas se exige que ele não seja um manipulador, à direita ou à esquerda. Que ensine o conteúdo sem impor seus conceitos e valores pessoais. A Escola Sem Partido, ao contrário do que pregam os que resistem porque querem continuar doutrinando — mais um exemplo de seu poder manipulador —, não quer a formação de um jovem acrítico. Ao contrário, quer que ele tenha criticidade, o que é diferente de ser doutrinado. Quer que o professor passe o conteúdo, seus pontos controversos — de lado a lado — e que dê indicação de bibliografia para o aprofundamento.

O que não se deseja é a pregação doutrinária, a partir de uma visão particular de mundo. O professor militante continuará tendo todo o direto de, fora da escola, pregar sobre o que acredita, mas dentro de sala de aula, não. Nessa nota técnica dos membros do MP, seus signatários trazem uma série de desmentidos que os adversários da Escola Sem Partido, na falta de argumentos para combater o projeto, têm usado.

E os promotores concluem dessa forma:
“Posto isso, afirmamos à sociedade que os projetos de lei baseados no anteprojeto do Escola sem Partido são constitucionais, estão de acordo com o Estado Democrático de Direito. Inconstitucional, por outro lado, é o uso ideológico, político e partidário do sistema de ensino; inconstitucionais são as práticas combatidas pelos referidos projetos”.
A Escola Sem Partido é a defesa de uma escola de qualidade, que prepara verdadeiramente o jovem para os desafios da vida e do mercado. Ou seja, quer um Brasil com um futuro à altura dos nossos desejos e sonhos.
A escola com partido visa atender interesses menores, ideológicos, limitando a capacidade e as perspectivas de futuro de nossa juventude e condenando o Brasil ao eterno subdesenvolvimento.

Por isso, por uma escola sem partido, nem à direita, nem à esquerda, que todos os homens e mulheres de bem se unam em torno desse projeto.
CT, Palmas, 13 de novembro de 2018

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