terça-feira, 13 de novembro de 2018

PONTO & CONTRAPONTO: Escola sem Partido (Ponto)

Por uma lei contra o abuso da liberdade de ensinar
O Programa Escola sem Partido é uma proposta de lei que torna obrigatória a afixação em todas as salas de aula do ensino fundamental e médio de um cartaz com o seguinte conteúdo:
O “escola sem partido” é um movimento recente, uma iniciativa de pessoas cansadas de professores usarem salas de aulas para militar no lugar de ensinar os alunos. 
Por uma escola sem partido, nem à direita, nem à esquerda
Por CLEBER TOLEDO
O governador comunista do Maranhão, Flávio Dino, editou decreto nessa segunda-feira, 12, que trata sobre liberdade de expressão nas escolas do Estado. Um tentativa canhestra de combater a Escola Sem Partido. Mera firula político-partidária porque, se o projeto for aprovado pelo Congresso Nacional, esse decreto de Dino valerá menos do que uma moeda de um centavo.

Desejei muito a vitória do governador do Maranhão nas eleições de outubro, porque qualquer coisa é melhor para aquele Estado do que a família Sarney. Até um comunista. Mas nessa segunda-feira fiquei espantado de ver que Dino inaugura escolas na cor vermelha com carteiras escolares também na cor predileta dos comunistas.

A Escola Sem Partido é a defesa de uma escola de qualidade, que prepara verdadeiramente o jovem para os desafios da vida e do mercado. Ou seja, quer um Brasil com um futuro à altura dos nossos desejos e sonhos
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A Leitura abre sua Mente
Isso, por si só, confirma a importância da projeto da Escola Sem Partido. A esquerda é a mais resistente porque já há algumas décadas vem fazendo doutrinação descarada nos ambientes escolares. Nossos alunos, em exames nacionais e internacionais, têm mostrado que são incapazes de formular uma frase e fazer contas básicas. Mas estão aprendendo muito bem as lições de como gritar “Lula Livre”, queimar pneus nas ruas, depredar lojas e outras práticas de black bloc.

Enquanto o Brasil precisa qualificar sua mão de obra para se tornar competitivo — e a baixa produtividade de nossos trabalhadores são um dos maiores entraves ao desenvolvimento do País —, vemos uma geração inteira perdida por uma escola que foca mais no direcionamento ideológico do que no cumprimento de seu dever de garantir formação eficaz. Esses cidadãos sofrerão absurdamente quando chegarem ao mercado e constatarem que as aulas de black bloc, que substituíram as disciplinas tradicionais, os impedem de crescer profissionalmente.

De outro lado, temos também professores que vão lecionar com camisas do presidente eleito Jair Bolsonaro. Um acinte. Inaceitável.

A boa notícia é a nota técnica assinada por mais de 200 membros do Ministério Público de todo o País em defesa da Escola Sem Partido. Entre eles, temos um tocantinense, o promotor Vilmar Ferreira de Oliveira, aquele que impediu que marginais tentassem invadir uma escola em Miracema.

Na nota técnica, os signatários afirmam que “os projetos de lei federal, estadual ou municipal baseados no anteprojeto do Programa Escola sem Partido (v. infra § 23) não violam a Constituição Federal; ao contrário, visam a assegurar que alguns dos seus mais importantes preceitos, princípios e garantias sejam respeitados dentro das escolas pertencentes aos sistemas de ensino dos Estados e dos Municípios”.
Segundo eles, “de tão disseminada no tempo e no espaço, a doutrinação se naturalizou, a ponto de 80% dos professores da educação básica não se constrangerem de reconhecer que seu discurso em sala de aula é ‘politicamente engajado’; e de 61% dos pais acharem que é ‘normal’ o professor fazer proselitismo ideológico em sala de aula”.
Os membros do MP explicam que o Movimento Escola sem Partido surgiu em 2004 “como reação a duas práticas ilegais que se disseminaram por todo o sistema educacional: de um lado, a doutrinação e a propaganda ideológica, política e partidária nas escolas e universidades; de outro, a usurpação ‒ pelas escolas e pelos professores ‒ do direito dos pais dos alunos sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos”.

E garantem: “Não obstante, e como será demonstrado, o uso ideológico, político e partidário das escolas e universidades viola gravemente a Constituição Federal e outras leis do país, causando enormes prejuízos aos estudantes, às famílias e à sociedade”.

Atenção a este trecho: “Os estudantes são lesados quando professores militantes e ativistas se aproveitam de sua audiência cativa para tentar transformá-los em réplicas ideológicas de si mesmos; quando são cooptados e usados como massa de manobra a serviço dos interesses de sindicatos, movimentos e partidos; quando são ridicularizados, estigmatizados e perseguidos por possuírem ou expressarem crenças ou convicções religiosas, morais, políticas e partidárias diferentes das dos professores; quando estes lhes sonegam ou distorcem informações importantes para sua formação intelectual e para o conhecimento da verdade; quando o tempo precioso do aprendizado é desperdiçado com a pregação ideológica e a propaganda político-partidária mais ou menos disfarçada”.

Mais: “As famílias são lesadas quando a autoridade moral dos pais é solapada por professores que se julgam no direito de dizer aos filhos dos outros o que é certo e o que é errado em matéria de moral. Instigados por esses professores, muitos jovens passam a questionar e rejeitar o direcionamento estabelecido por seus pais no campo da religião, da moral e dos costumes, ensejando o surgimento de graves conflitos no seio das famílias”.

Ainda: “E a sociedade é lesada quando recebe, em troca dos impostos que paga, uma educação conhecida mundialmente por sua péssima qualidade; quando é obrigada a suportar o fardo de uma força de trabalho despreparada; quando sofre as consequências de greves abusivas, seletivamente organizadas e deflagradas para prejudicar adversários políticos dos sindicatos de professores; quando custeia o projeto de poder dos partidos que aparelharam o sistema de ensino”.

Os promotores explicam que o objetivo do Programa Escola sem Partido é apenas este: informar estudantes e professores sobre direitos e deveres que já existem. “Vale repetir: esses deveres já existem; eles decorrem da Constituição Federal, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e outras leis vigentes no país, como veremos a seguir. Cuida-se apenas de levá-los ao conhecimento dos estudantes”, afirmam os membros do MP.

Ninguém quer censurar professor, apenas se exige que ele não seja um manipulador, à direita ou à esquerda. Que ensine o conteúdo sem impor seus conceitos e valores pessoais. A Escola Sem Partido, ao contrário do que pregam os que resistem porque querem continuar doutrinando — mais um exemplo de seu poder manipulador —, não quer a formação de um jovem acrítico. Ao contrário, quer que ele tenha criticidade, o que é diferente de ser doutrinado. Quer que o professor passe o conteúdo, seus pontos controversos — de lado a lado — e que dê indicação de bibliografia para o aprofundamento.

O que não se deseja é a pregação doutrinária, a partir de uma visão particular de mundo. O professor militante continuará tendo todo o direto de, fora da escola, pregar sobre o que acredita, mas dentro de sala de aula, não. Nessa nota técnica dos membros do MP, seus signatários trazem uma série de desmentidos que os adversários da Escola Sem Partido, na falta de argumentos para combater o projeto, têm usado.

E os promotores concluem dessa forma:
“Posto isso, afirmamos à sociedade que os projetos de lei baseados no anteprojeto do Escola sem Partido são constitucionais, estão de acordo com o Estado Democrático de Direito. Inconstitucional, por outro lado, é o uso ideológico, político e partidário do sistema de ensino; inconstitucionais são as práticas combatidas pelos referidos projetos”.
A Escola Sem Partido é a defesa de uma escola de qualidade, que prepara verdadeiramente o jovem para os desafios da vida e do mercado. Ou seja, quer um Brasil com um futuro à altura dos nossos desejos e sonhos.
A escola com partido visa atender interesses menores, ideológicos, limitando a capacidade e as perspectivas de futuro de nossa juventude e condenando o Brasil ao eterno subdesenvolvimento.

Por isso, por uma escola sem partido, nem à direita, nem à esquerda, que todos os homens e mulheres de bem se unam em torno desse projeto.
CT, Palmas, 13 de novembro de 2018

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