quarta-feira, 31 de outubro de 2018

E-BOOK: Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (1984) - Orwell

One thousand nine hundred eighty four (1984)
Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (1984)
Autor George Orwell
Idioma original:Inglês
Idioma do E-book: Português
Páginas: 218

País:Reino Unido
Gênero: Distopia, ficção política, ficção de ciências sociais
Editora original: Secker and Warburg
(Londres)
Lançamento original:8 de junho de 1949
Páginas:326

No livro conta-se a história de Winston, um apagado funcionário do Ministério da Verdade da Oceania e de como ele parte da indiferença perante a sociedade totalitária em que vive, passa à revolta, levado pelo amor por Júlia e incentivado por O'Brien, um membro do Partido Interno com quem Winston simpatiza; e de como acaba por descobrir que a própria revolta é fomentada pelo Partido no poder. E também de como, no Quarto 101, o chamado "pior lugar do mundo", todo homem tem os seus limites.
A trama se passa na Pista No. 1, o nome da Inglaterra sob o regime totalitário do Grande Irmão (no original, Big Brother) e sua ideologia IngSoc (socialismo inglês), e conta a história de Winston Smith, funcionário do Ministério da Verdade, um órgão que cuida da informação pública do governo. Diariamente, os cidadãos devem parar o trabalho por dois minutos e se dedicar a atacar histericamente o traidor foragido Emmanuel Goldstein e, em seguida, adorar a figura do Grande Irmão. Smith não tem muita memória de sua infância ou dos anos anteriores à mudança política e, ironicamente, trabalha no serviço de rectificação de notícias já publicadas, publicando versões retroactivas de edições históricas do jornal The Times. Estranhamente, ele começa a interessar-se pela sua colega de trabalho Julia, num ambiente em que sexo, senão para procriação, é considerado crime. Ao mesmo tempo, Winston é cooptado por O'Brien, um burocrata do círculo interno do IngSoc que tenta cooptá-lo a não abandonar a fé no Grande Irmão.

De fato, Mil Novecentos e Oitenta e Quatro é uma metáfora sobre o poder e as sociedades modernas. George Orwell escreveu-o animado de um sentido de urgência, para avisar os seus contemporâneos e as gerações futuras do perigo que corriam, e lutou desesperadamente contra a morte - sofria de tuberculose - para poder acabá-lo. Ele foi um dos primeiros simpatizantes ocidentais da esquerda que percebeu para onde o stalinismo caminhava e é aí que ele vai buscar a inspiração - lendo Mil Novecentos e Oitenta e Quatro percebe-se que o Grande Irmão é baseado na visão de Orwell sobre os totalitarismos de vária índole que dominavam a Europa e Ásia na época. Stalin, também Hitler e Churchill foram algumas das figuras que inspiraram Orwell a escrever o romance.
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O Estado controlava o pensamento dos cidadãos, entre muitos outros meios, pela manipulação da língua. Os especialistas do Ministério da Verdade criaram a Novilíngua, uma língua ainda em construção, que quando estivesse finalmente completa impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao regime. Uma das mais curiosas palavras da Novilíngua é a palavra duplipensar que corresponde a um conceito segundo o qual é possível ao indivíduo conviver simultaneamente com duas crenças diametralmente opostas e aceitar ambas. Os nomes dos Ministérios em 1984 são exemplos do duplipensar. O Ministério da Verdade, ao rectificar as notícias, na verdade estava mentindo. Porém, para o Partido, aquela era a verdade. Assim, o conceito de duplipensar é plausível a um cidadão da Oceania.

Outra palavra da Novilíngua era Teletela, nome dado a um dispositivo através do qual o Estado vigiava cada cidadão. A Teletela era como que um televisor bidirecional, isto é, que permitia tanto ver quanto ser visto. Nele, o "papel de parede" (ou seja, quando nenhum programa estava sendo exibido) era a figura inanimada do líder máximo, o Grande Irmão.

No livro, Orwell expõe uma teoria da Guerra. Segundo ele, o objectivo da guerra não é vencer o inimigo nem lutar por uma causa. O objetivo da guerra é manter o poder das classes altas, limitando o acesso à educação, à cultura e aos bens materiais das classes baixas. A guerra serve para destruir os bens materiais produzidos pelos pobres e para impedir que eles acumulem cultura e riqueza e se tornem uma ameaça aos poderosos. Assim, um dos lemas do Partido, "guerra é paz", é explicado no livro de Emmanuel Goldstein: "Uma paz verdadeiramente permanente seria o mesmo que a guerra permanente".
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História:
Capa da primeira edição publicada em 1949.

Orwell, que tinha "a tese de seu romance encapsulada no coração" desde 1944, escreveu grande parte de Mil Novecentos e Oitenta e Quatro na ilha de Jura, na Escócia, entre 1947 e 1948, enquanto sofria de um quadro crítico de tuberculose. Ele enviou o texto final do livro para os editores Secker e Warburg em 4 de dezembro de 1948, e o livro foi publicado em 8 de junho de 1949.

Em 1989, Mil Novecentos e Oitenta Quatro já havia sido traduzido para mais de 65 idiomas, mais do que qualquer outro romance de um único autor. O título, os termos, o idioma (Novilíngua) presentes no romance, assim como o sobrenome do autor viraram sinônimo para a perda de privacidade pessoal para a política de segurança nacional de um determinado Estado. O adjetivo "Orwelliano" tem muitas conotações. Pode se referir à ação totalitária, assim como às tentativas de um governo em controlar ou manipular a informação com o propósito de controlar, apaziguar ou até subjugar a população. "Orwelliano" também pode se referir à fala retorcida que diz o oposto do que realmente significa ou, mais especificamente, à propaganda governamental que dá nomes errados às coisas; no romance, o "Ministério da Paz" lida com a guerra e o "Ministério do Amor" tortura as pessoas. Desde a publicação do romance, o termo "orwelliano" tem, de fato, tornado-se uma espécie de bordão para qualquer tipo de excesso ou desonestidade governamental e, portanto, tem múltiplos significados e aplicações. A frase Big Brother is Watching You ("O Grande Irmão está te observando") conota especificamente a vigilância invasiva frequente.

Apesar de ter sido banido e questionado em alguns países, o romance é, ao lado de Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley e Nós de Yevgeny Zamyatin, uma das mais famosas representações literárias de uma sociedade distópica. Em 2005, a revista Time listou o romance como uma das cem melhores obras de língua inglesa publicadas desde 1923.
Título

Um dos títulos originais do romance era O Último Homem da Europa (The Last Man in Europe), mas em uma carta ao editor Frederic Warburg datada de 22 de outubro de 1948 (oito meses antes do livro ser publicado), Orwell declarou que estava "hesitando" entre este título e Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, apesar de que Bernard Crick, biógrafo de Orwell, afirma que foi Warburg quem sugeriu que o título fosse mudado para algo mais vendável.

As razões de Orwell para o título são desconhecidas; ele podia estar fazendo uma alusão ao centenário da socialista Sociedade Fabiana, fundada em 1884, ou ao romance distópico The Iron Heel de Jack London (onde um movimento político chega ao poder em 1984) ou a O Napoleão de Notting Hill de G. K. Chesterton, que se passa em 1984, ou ao poema "End of the Century, 1984" ("Fim do Século, 1984") de sua primeira esposa, Eileen O'Shaughnessy. Anthony Burgess afirma, em seu romance 1985, que Orwell, estando decepcionado com o começo da Guerra Fria, tinha a intenção de nomear o livro de 1948.

De acordo com a introdução da edição da Penguin Modern Classics edition, Orwell originalmente quis intitular o livro de 1980, mas com a demora na finalização do romance, ele o nomeou de 1982 e depois de 1984, coincidentemente o reverso do ano em que foi finalizado, 1948. Mesmo assim, outros acreditam que Orwell intencionalmente escolheu o título do livro como o reverso do ano em que foi escrito, para aludir à possibilidade de que os eventos do romance não estão tão distantes o quanto podem parecer; eles acontecem numa época que se assemelha muito à Grã-Bretanha do final da década de 1940.

Equívocos populares:
Um dos maiores equívocos em relação à obra de Orwell é de que se trata de uma desilusão com as ideias socialistas. Em uma carta a Francis A. Henson, membro do sindicato estadunidense United Auto Workers, datada de 16 de junho de 1949 (sete meses antes de sua morte), que foi reproduzida na revista Life (edição de 25 de julho de 1949) e no The New York Times Book Review (31 de julho de 1949), Orwell declarou o seguinte:

Meu romance recente [Nineteen Eighty-Four] NÃO foi concebido como um ataque ao socialismo ou ao Partido Trabalhista Britânico (do qual sou um entusiasta), mas como uma mostra das perversões... que já foram parcialmente realizadas pelo comunismo e fascismo. O cenário do livro é definido na Grã-Bretanha a fim de enfatizar que as raças que falam inglês não são intrinsecamente melhores do que nenhuma outra e que o totalitarismo, se não for combatido, pode triunfar em qualquer lugar.
—Collected Essays

Num ensaio de 1946 intitulado "Por que Escrevo" ("Why I Write"), Orwell descreve a si mesmo como um socialista democrático, embora afirme que a agenda política trouxe, consigo, implicações muito diferentes do que seria esperado.


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