domingo, 7 de abril de 2013

EDUCAÇÃO: Aulas online poderão ajudar a rede pública

Testadas e aprovadas no mundo todo, as aulas em vídeo do americano Salman Khan são adotadas como ferramenta de ensino na rede pública do Brasil
Texto Nathalia Butti
O americano Khan é matemático e desenvolveu um método que aposta no uso da tecnologia 
para transformar o sistema de ensino atual
O governo federal produziu no mês de março passado uma boa notícia em uma área em que costuma patinar: a educação. A presidente Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante anunciaram a inclusão, nos 600 000 tablets que chegarão aos professores da rede pública ao longo do ano, do aplicativo com as aulas do americano Salman Khan, ou Sal, que se tornou um fenômeno ao disseminar pela internet vídeos curtos com explicações simples e atraentes sobre os conteúdos de ciência e matemática. Os primeiros 400 vídeos traduzidos para o português pela Fundação Lemann estarão disponíveis ainda no portal dos professores na internet e na TV Escola. 

A iniciativa reflete o reconhecimento de que a tecnologia é ferramenta essencial na transformação do aprendizado - e de que um país que precisa acelerar a formação de seus jovens não pode prescindir dela. Com 200 milhões de acessos no YouTube, as lições de Sal já são utilizadas como material de apoio em 20 000 salas de aula mundo afora. No Brasil, a própria Fundação Lemann exibiu, durante todo o segundo semestre do ano passado, vídeos dublados com lições de matemática a 1 260 alunos do 5º ano do ensino fundamental de escolas públicas das periferias de São Paulo e Santo André. As faltas diminuíram e a participação nas aulas aumentou.

É claro que a simples adoção de um aplicativo não substitui a necessária melhora na formação dos professores. Os vídeos de Khan também não são uma solução mágica para o evidente atraso do Brasil quanto ao emprego da tecnologia na educação. Outra questão crucial, o amplo acesso aos computadores e à internet, permanece inatacada. "Pouco vai adiantar distribuir todo esse material se os alunos não tiverem como assistir aos vídeos e a escola não tiver uma boa conexão com a internet, o que ainda é raro no Brasil", afirma a consultora em educação Maria Helena Guimarães. É inquestionável, no entanto, o potencial das aulas de Sal na melhora do aprendizado. Os vídeos costumam fazer sucesso justamente porque utilizam uma linguagem direta e muito didática. E nunca são muito longos, para não dispersar a atenção. Sua fórmula pode servir de modelo aos professores sobre como ensinar determinados temas. Pode também tornar a experiência em classe mais interativa. 

Na Califórnia, onde um grupo de escolas públicas adotou os vídeos como material de apoio, os estudantes assistem às lições em casa e depois usam o tempo em sala para fazer exercícios e experiências. Ao longo de 2013, mais 600 aulas dubladas serão distribuídas, e, até 2014, os professores devem receber, também traduzido, o software que permite acompanhar em tempo real a resolução dos exercícios propostos à turma nos vídeos. "O objetivo principal é que os alunos possam aprender em seu ritmo e usar a sala de aula para interação de verdade", disse Khan, que foi a Brasília na semana passada para se encontrar com Dilma Rousseff.

EDUCAÇÃO: Tablets e a lição das crianças da Etiópia

Recentemente, correu no mundo a notícia da experiência realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que distribuiu 40 tablets para crianças analfabetas de duas aldeias da Etiópia
*Por Luciana Maria Allan
Com idades entre 4 e 11 anos, elas nunca frequentaram a escola e jamais tinham entrado em contato com qualquer equipamento eletrônico. Os tablets foram entregues com diversos aplicativos instalados para entretê-las, como jogos, filmes, desenhos e alguns específicos de alfabetização para ensiná-las a ler e escrever.

Nicholas Negroponte, co-fundador e professor do Laboratório de Mídia do MIT, autor da ideia, buscou provar com o projeto que as crianças podem ser autodidatas. E de fato, após apenas sete meses, algumas delas já escreveram suas primeiras letras e palavras. Mas, por não oferecer nenhuma orientação pedagógica, o experimento mostrou-se limitado, pois sem o acompanhamento de um professor as crianças não foram capazes de entender o significado do que liam.

Qualquer iniciativa que estimule a curiosidade para aprender é, sem dúvida, louvável. Mesmo que o principal objetivo seja provar a capacidade das crianças de se desenvolverem sozinhas, como foi o caso do MIT. O entusiasmo delas com o projeto e os resultados alcançados mostram, por si só, como as tecnologias de informação e comunicação podem ser aliadas poderosas e até mesmo indispensáveis na formação dos nativos digitais (essas crianças, aliás, nem mesmo sabiam que eram nativas digitais). As novas tecnologias desempenham um papel cada vez mais preponderante no novo desafio dos educadores: transformar o formato ainda industrial das salas de aula para um ambiente capaz de motivar o aprendizado, além de promover uma educação de qualidade para uma geração movida a bits e bytes.

O uso das tecnologias digitais como recurso pedagógico e o conhecimento dos docentes em como aproveitá-las é ainda incipiente. Em uma pesquisa recente realizada pela Fundação Telefônica – intitulada “Gerações Interativas Brasil – Crianças e adolescentes diante das telas”, que entrevistou quase 2 mil crianças de 6 a 9 anos e mais de 2,2 mil jovens de 10 a 18 anos de todo País -, 40% dos jovens afirmaram que nenhum professor usa a Internet em aula e apenas 11% disseram ter aprendido a navegar com um professor.

É preciso ter claro que a transição para essa nova escola, digitalizada, interconectada, multidisciplinar, capaz de desenvolver uma didática em que se pratica uma aprendizagem baseada em projetos e além das fronteiras das salas de aula, não é apenas uma consequência das revoluções que as novas tecnologias estão trazendo para todas as áreas do conhecimento.

A escola do futuro, que precisa começar a ser construída ontem, reflete a necessidade que as empresas têm de encontrar profissionais realmente preparados para um mercado de trabalho em constante evolução. Empresas não querem mais profissionais alienados que sejam simples repositórios de conteúdos inúteis no cotidiano corporativo.

Conhecer as novas tecnologias, se comunicar e se relacionar bem, ter habilidades para pesquisar e bom raciocínio lógico, além de administrar o tempo produtivamente, buscar qualidade de vida e ser socialmente responsável são alguns dos principais atributos que os headhunters [caçadores de talentos] buscam nos talentos deste novo mundo empresarial. E a escola precisa acompanhar estas mudanças para que cumpra sua função social de preparar cidadãos que consigam iniciar suas vidas profissionais e conquistar carreiras bem sucedidas.

Ninguém discutia a importância da lousa, dos livros, dos cadernos, dos lápis, réguas, borrachas e canetas esferográficas como ferramentas de aprendizado. E não haverá razão, da mesma forma, para questionarmos os benefícios das lousas digitais, tablets, smartphones e bibliotecas virtuais.

Das inscrições rupestres nas cavernas até a invenção de Gutenberg se passaram dezenas de milhares de anos. Já o ritmo do surgimento de novas invenções e tecnologias a partir do nascimento da Internet é alucinante. Saber utilizá-las e, mais do que isso, a partir delas criar novas estratégias para ensinar e aprender é o desafio que já não nos espera. É um desafio que precisamos correr para superar e para não ficar para trás.

(*)Diretora do Instituto Crescer para a CidadaniaDoutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) com especialização em tecnologias aplicadas à educação.

NOSSA CIDADE: Porque fazer isso sem antes fazer aquilo?

Não posso fazer isso porque pode vir acontecer aquilo, alguém pode não gostar embora outros gostem, mas e se acontecer algo o que vão falar?
Esta é a cultura  do medo do fazer, de esperar fazer o grande e não fazer o que dá para fazer e acabar por não fazer nada.
Como muitos devem ter notado essa ideologia acabou por aqui, o que precisa ser feito vai ser feito. Não se usara a desculpa de vandalismo, da falta de educação, etc. e tal, para não se fazer. Este é o caso da Locomotiva N° 01 da Douradense, patrimônio da população, entregue esta, à população, para que possa admirá-la e também preservá-la. Todos somos responsáveis pelos bens públicos, não só a Prefeitura, todos somos e precisamos entender isso e quando presenciarmos atos de vandalismo nos comportarmos como se este ato estivesse sendo feito em nossa própria casa, porque a cidade onde moramos também é nossa casa.
Tudo que precisar ser feito para que os bens públicos sejam bem cuidados e protegidos, será feito pela Prefeitura, mas que cercar a Locomotiva depois de a libertar das cercas seria no mínimo incongruente, a ideia é cercá-la de flores, e todos nós vamos nos responsabilizar por protegê-la.
E assim vai ser com as praças, com as ruas, com as placas de transito, com os Banheiros públicos, com telefones públicos, todos protegidos por todos os moradores da cidade, com ajuda de câmeras de monitoramento e exemplar punição aos destruidores dos bens de todos os moradores de Dourado.  
As Câmeras de Monitoramento vem aí, como ajuda na fiscalização a qual todos nós somos responsáveis.

Luis Mario

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