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A 4 mil anos-luz de distância, um curioso fenômenos deu origem ao que os cientistas acreditam ser um planeta de diamante
O pulsar no centro da ilustração é orbitado por um planeta com a massa de Júpiter e composto basicamente de carbono - como se fosse, me sua grande maioria, um sólido diamante. A linha azul representa os sinais de rádio do pulsar, que gira 175 vezes por segundo
Na constelação de Serpens, uma estrela de grande massa teria perdido parte de seus gases, se transformando em um planeta com grande parte da superfície composta pela pedra.
A descoberta, publicada hoje na Science, foi liderada pelo professor Matthew Bailes, da Universidade Tecnológica Swinburne em Melbourne, na Austrália. Ele e uma equipe internacional de cientistas utilizaram os radio-telescópios do Instituto Max-Planck, da Alemanha, para realizar uma busca em todo o céu.
Entre os mais de 200 mil gigabytes de dados obtidos, os pesquisadores conseguiram detectar a frequência de um pequeno pulsar, batizado de J1719-1438. Os pulsares são pequenas estrelas que giram muito rápido e emitem frequências de rádio.
No caso, o achado possuía 1,4 vezes a massa do Sol em apenas 20 km de diâmetro, e girava mais de dez mil vezes por minuto. Ao medir a frequência de chegada dos pulsos emitidos pelo J1719-1438, os astrônomos notaram que eles eram sistematicamente modulados, indicando que havia uma força gravitacional atuando sobre ele - ou seja, havia um companheiro ao seu lado.
Cerca de 70% dos pulsares pequenos e rápidos como esse possuem uma estrela companheira – formando um sistema binário, no qual um orbita o outro. Os astrônomos acreditam que é a estrela companheira quem transforma um velho pulsar em um pulsar rápido ao transferir matéria a ele e fazê-lo girar. O resultado é que o pequeno corpo ganha velocidade e massa e a companheira fica encolhida – virando uma estrela do tipo “anã-branca”.
Mas pelas frequências de rádio obtidas no caso da J1719-1438, ficou claro que a companheira era mais parecida com um pequeno planeta companheiro do que com uma estrela: ele possui menos de 60 mil km de diâmetro (cinco vezes o da Terra, porém ainda considerado pequeno para os padrões espaciais), porém possui mais massa do que Júpiter.
A modulação nos pulsos deu ainda outras informações importantes sobre este planeta: ele orbita o pulsar em apenas 2h10, e a distância entre os dois é de menos de 600 mil km.
Pela densidade do planeta, a equipe acredita que se trata, na verdade, de uma estrela que perdeu 99,9% da sua massa original – uma parte dela para o pulsar. O material restante é provavelmente carbono e oxigênio, uma vez que elementos como hélio e hidrogênio não resultariam nas medições observadas.
A densidade também mostra que o planeta é, provavelmente, cristalino – o que significa que uma grande parte do corpo pode ser bastante parecida com um diamante.
Fonte: http://info.abril.com.br
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