sábado, 19 de novembro de 2011

VIDA MODERNA: Admirável Mundo Novo

As pequenas diferenças de épocas não tão distantes















Comente, compartilhe e espalhe por aí:
Leia também:
Revista Super interessante, conteúdo liberado
Uma rica fonte de material de pesquisa para trabalhos escolares e conhecimento geral. Os editores da Revista Super interessante, em um gesto incomum, liberaram para leitura e consulta, todo o conteúdo das edições antigas da revista, ..Clic aqui e continue lendo

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO NA MÍDIA: PENSANDO NO FUTURO, PAIS INVESTEM NA EDUCAÇÃO BILÍNGUE DOS FILHOS

O ensino bilíngue ou multilíngue - que é caracterizado quando uma criança é alfabetizada em duas ou mais línguas, respectivamente - não é mais realidade somente para crianças que vivem em outro país
Fonte: Terra
Mãe brasileira, pai norueguês e professores ingleses. Foi em meio a essa realidade que Cláudia Storvik criou a filha, hoje com 13 anos. "Sempre soube que ela iria crescer escutando três línguas diferentes: português, norueguês e inglês", conta a advogada moradora de Londres, na Inglaterra.

Cláudia sempre lidou de forma natural com situação peculiar da família, mas comenta que muitos pais que vivem em condições semelhantes não encaram de forma tranquila. "Eles têm medo que a criança não fale, que comece a falar muito tarde ou que fique confusa com mais de uma língua", diz.

Porém, o que é motivo de receio para muitos pais no exterior têm se tornado uma opção atrativa para aqueles que permanecem no Brasil. O ensino bilíngue ou multilíngue - que é caracterizado quando uma criança é alfabetizada em duas ou mais línguas, respectivamente - não é mais realidade somente para crianças que vivem em outro país.

"Com a globalização, a internet e o crescimento da necessidade do uso do inglês no trabalho e na comunicação, os responsáveis têm demandado melhores resultados linguísticos de seus filhos", afirma Vanessa Tenório, sócia do Systemic Bilingual de Ensino, empresa especializada em implementar educação bilíngue em escolas.

Vanessa enxergou o potencial do ensino bilíngue no país em 1998, quando fundou a empresa com a irmã Fátima. Utilizando um método que aplica o inglês de cinco a dez horas semanais para trabalhar matérias escolares como matemática, ciências, história, geografia, artes e outras, a mestre em Educação começou a implementar o modelo em escolas particulares de São Paulo.

Em 2010, o programa foi inserido em quatro escolas privadas, duas em São Paulo, uma no Rio Grande do Norte e a última em Minas Gerais. Neste ano, o número aumentou para 40 colégios privados em 12 Estados no Brasil.

Por não possuir legislação específica e nem dados oficiais, o número de escolas bilíngues no Brasil ainda é incerto. Contudo, Lyle Gordon French, ex-diretor pedagógico da Escola Cidade Jardim/PlayPen (SP) fez um mapeamento dessas instituições de ensino durante os anos de 2007 e 2009, e concluiu que o número de escolas bilíngues cresceu 24% em apenas dois anos. De acordo com a apuração, eram 149 colégios no ano de 2007 e 180 em 2009.

"A questão é que a velha fórmula do inglês oferecido no colégio, que é somente o estudo da estrutura da língua, nunca levou a resultados palpáveis em termos do uso efetivo da língua para a comunicação fluente", explica Vanessa. Para ela, o que os pais buscam é uma fluência dos pequenos, principalmente na língua inglesa.

"O ensino bilíngue consegue isso, uma vez que trata a língua estrangeira como um meio de comunicação efetiva dentro de um contexto, seja em uma aula de culinária, matemática ou história".

A paulista Lilian da Silva Santos colocou a filha Marina em uma escola bilíngue já no primeiro ano de idade. Hoje, com 7 anos, a menina já consegue se comunicar de forma fluente em inglês e em português. "Eu e meu marido sofremos para aprender um pouco de inglês nos velhos cursinhos de idiomas. Gostaríamos que nossa filha aprendesse de maneira mais tranquila a língua, pois o inglês é essencial na vida acadêmica e profissional", conta a terapeuta ocupacional.

Aprender outro idioma antes dos 6 anos facilita fluência
No pátio do Colégio Friburgo, em São Paulo, uma turma da segunda série é separada em grupos de quatro. Em seguida, a professora entrega uma cartolina para cada grupo com caixas de tinta e canetinhas coloridas. Os alunos são instruídos a pintar os círculos desenhados conforme a cor descrita. A atividade seria algo ordinário não fosse o idioma falado fluentemente pela professora e os pequenos alunos: o inglês.

O exemplo da aula bilíngue da escola Friburgo comprova um fato explicado por Ricardo Schütz, pesquisador do ensino de inglês e criador do site English Made in Brazil: as crianças se adaptam ao idioma para conseguir se comunicar. Criando a filha em Londres e falando com ela em português em casa, Cláudia Storvik confirma a tese.

"Desde o nascimento de nossa filha, eu falava português com ela, e meu marido, que é norueguês, falava a sua língua materna. Usávamos o famoso sistema 'one parent, one language' (um pai, uma língua)", conta explicando que somente tomavam o cuidado de sempre falar com a filha no mesmo idioma: a mãe em português e o pai em norueguês. "Assim ela sabia que, para se comunicar comigo, precisava falar em português, com o pai, em norueguês, e na escola, em inglês", conta.

Cláudia afirma que a filha começou a falar com 10 meses de vida. "No começo, ela misturava as palavras, mas isso é normal e não é sinal de confusão. No início, a criança pode usar palavras das várias línguas indiscriminadamente, como minha filha fazia, porque seu principal objetivo é se comunicar. Mas uma vez que seu vocabulário cresce, o uso de cada língua passa a ser sistemático", explica.

No site English Made in Brazil, que publica artigos e estudos científicos sobre o aprendizado de idiomas, Schütz descreve que o estudo antes dos 6 anos de idade é o que torna a criança fluente em um idioma.

Ele afirma que os dois hemisférios cerebrais desempenham diferentes funções - o lado esquerdo é lógico e analítico, enquanto o direito é criativo e especializado em percepção e construção de conhecimento. O hemisfério direito seria, por assim dizer, a porta de entrada das experiências e a área de processamento para transformá-las em conhecimento.

O pesquisador explica que, no cérebro de uma criança, os dois hemisférios estão mais interligados do que no cérebro de um adulto, o que significa que este é o melhor período da vida para se aprender qualquer coisa, incluindo idiomas. Com isso, a assimilação da língua ocorreria via hemisfério direito para ser sedimentada no hemisfério esquerdo como habilidade permanente, a tão desejada fluência.

Ainda de acordo com ele, a maior separação dos dois hemisférios ocorre a partir da puberdade, por volta dos 12 anos de idade, ou seja, depois disso, se torna cada vez mais difícil tornar-se fluente em outras línguas. O auge da comunicação entre as duas partes do cérebro ocorre do primeiro ao sexto ano de vida, daí a facilidade das crianças em aprender novos idiomas.

Escolas bilíngues são mais caras
Porém, os pais que querem propiciar uma alfabetização para os filhos em dois idiomas precisam se preparar para os custos elevados. Segundo Vanessa Tenório, esses colégios geralmente são mais caros porque a carga horária é superior e porque demandam a contratação de profissionais mais especializados.

Segundo a especialista, essas escolas costumam ter mais horas de aula por dia, mas na educação infantil é comum lecionar uma aula do currículo padrão no segundo idioma, sem acrescentar mais tempo no colégio.

"O conceito é usar a língua como meio de comunicação, e não como fim", diz ela, explicando que o ensino bilíngue não compreende aulas sobre o idioma estrangeiro, mas assuntos diversos lecionados em um outro idioma além do português. "Só assim em nível subconsciente que o aluno vai poder se tornar fluente um dia", finaliza.
Comente, compartilhe e espalhe por aí
Leia também
LIVROS: Escritora de 26 anos é milionária com obras no Kindle
Escritora americana de 26 anos Amanda Hocking já ganhou milhões de dólares com vendas de livros no Kindle. Clic aqui e continue lendo

EDUCAÇÃO NA MÍDIA:APLICATIVOS AGORA SUBSTITUEM PROFESSORES

Numa radical reconsideração do que significa ir à escola, estados e municípios dos Estados Unidos estão lançando escolas públicas pela internet
Fonte: Valor Econômico (SP)
Era quase hora do almoço numa quinta-feira recente, e o estudante Noah Schnacky não estava nem um pouco a fim de fazer a aula de álgebra. Então, não fez.Ele olhou para a tela de um computador observando as lições que tinha que terminar naquela semana para sua Escola - localizada na Flórida mas inteiramente on-line.

Noah - que está na 9a série, o equivalente americano ao primeio ano do ensino médio - clicou no curso de estudos globais. Um longo artigo sobre a escassez de recursos apareceu. Ele deu uma lida rápida e avançou para o teste, clicando alternadamente no artigo e nas questões de múltipla escolha, até que ficou inquieto e foi para a cozinha fazer um lanche.

Noah terminaria o teste mais tarde, dentro do prazo de três horas que reserva todos os dias para a Escola. Ele também ouviu a maior parte de uma palestra on-line dada por sua professora de inglês; ele podia ouvi-la, mas não vê-la enquanto ela explicava o conceito de protagonista para 126 alunos da 9a série que estavam conectados on-line em vários pontos do Estado. Ele nunca chegou a fazer a aula de álgebra.

Allison, irmã de Noah, entretanto, passou a maior parte de seu dia na cozinha escrevendo um ensaio, seguindo as instruções entregues em um vídeo on-line. Allison descobriu um novo apreço por história. Na sua antiga Escola, diz ela, o professor ficava à lousa ditando conteúdo, e história era "a matéria mais chata do mundo". Agora, graças aos vídeos que assistiu sobre o antigo Egito, ela adora.

Numa radical reconsideração do que significa ir à Escola, Estados e municípios através dos Estados Unidos estão lançando Escolas públicas pela internet que permitem aos estudantes, do jardim da infância ao último ano do ensino médio, ter algumas, ou todas, as aulas em sua própria casa. Outros Estados e municípios estão promovendo em Escolas físicas um estilo de Educação que é em sua maior parte baseado em cursos individuais por computador.

Nos últimos meses, o Estado de Virginia autorizou 13 novos cursos on-line. A Flórida começou a requerer que todos os estudantes de Escolas públicas de high school, o ensino médio americano que é cursado em quatro anos, tenham pelo menos uma aula on-line.

Idaho em breve vai requerer que sejam duas. Em Geórgia, um novo aplicativo permite que os estudantes baixem cursos inteiros em seus iPhones e BlackBerrys.Atualmente, 30 Estados permitem que seus estudantes tenham cursos pela internet.

Em todos EUA, cerca de 250.000 estudantes estão matriculados em tempo integral em Escolas virtuais, 40% a mais do que nos últimos três anos, de acordo com a Evergreen Education Group, uma empresa de consultoria que trabalha com Escolas on-line.

Mais de 2 milhões de alunos têm pelo menos uma aula pela internet, segundo a International Association for K-12 Online Learning, uma associação de classe especializada em Educação virtual ("K-12" é a sigla em inglês para "pré até o fim do ensino médio").

Apesar de alguns Estados e municípios administrarem suas próprias Escolas on-line, muitos contratam corporações e terceirizam esse serviço. Essas companhias contratam professores, fornecem currículo, monitoram o desempenho dos alunos - e fazem lobby para expandir o ensino público pela internet.

É tudo parte de uma explosão de experimentação na Educação pública nos EUA, alimentada em parte pela crescente pressão orçamentária, pela insatisfação dos pais com as Escolas de seus filhos e pelo fato de mesmo alunos de alto desempenho não conseguirem ficar no mesmo nível de seus pares em outros países industrializados. Nas maiores cidades dos EUA, metade de todos os estudantes do ensino médio nunca vai se formar.

Defensores do aprendizado on-line dizem que ele pode economizar dinheiro público, oferecer currículos feitos sob medida para cada estudante e dar aos pais mais escolhas na Educação.

Na Califórnia, a Rocketship Education, uma rede de Escolas que combina um currículo on-line com cursos em sala de aula e serve principalmente a crianças pobres e de minorias, tem produzido resultados de testes no mesmo nível de algumas das Escolas mais ricas do Estado.

Estudantes da Rocketship passam até a metade de cada dia letivo em laboratórios de informática jogando games de alfabetização e matemática que se ajustam ao seu nível de habilidade.

Na Southwest Learning Centers, uma rede de Escolas no Estado de Novo México, os resultados de testes padronizados rotineiramente superam as médias estaduais e locais, de acordo com dados fornecidos pelas Escolas.

Os alunos completam a maior parte das aulas on-line, mas vão à Escola para obterem apoio dos professores e participarem de alguns trabalhos práticos. Uma Escola da rede recebeu recentemente um prêmio estadual pela forte pontuação de seus alunos em testes de admissão para a universidade.

Alguns Estados, no entanto, descobriram que estudantes matriculados em tempo integral nas Escolas virtuais obtêm pontuação significativamente mais baixa em testes padronizados, e têm um progresso acadêmico mais lento de ano para ano, do que seus pares.

Alguns defensores da Educação virtual em tempo integram dizem que os resultados são decepcionantes, em parte porque alguns dos estudantes enfrentaram dificuldades em Escolas tradicionais, e já começam com testes abaixo da média em uma ou mais disciplinas.

As Escolas experimentais atraem um grupo muito diversificado. Alguns alunos já foram Escolarizados em casa, alguns são alunos de alto desempenho e outros têm horários irregulares devido a treinamento esportivo ou problemas de saúde. Muitos são alunos comuns que não prosperam em Escolas tradicionais, ou cujos pais querem protegê-los da intimidação e pressão dos colegas.

Eles, no entanto, têm menos probabilidade de serem pobres ou ter necessidades especiais do que a população da Escola pública tradicional, de acordo com dados oficiais de Escolas estaduais e de Escolas on-line.

A quantidade de interação com o professor varia de Escola para Escola. Nas Escolas on-line, os instrutores respondem a perguntas por email, telefone ou ocasionais videoconferências; os estudantes, muitas vezes, se reúnem com colegas e professores para viagens opcionais e durante os exames do Estado.

A Southwest Learning Centers exige apenas 14 horas por semana de tempo em sala de aula e permite que os alunos façam sua própria agenda, decidindo quando querem ir à Escola. E, em Miami, os alunos da iPrepAcademy frequentam salas de aula "de fluxo livre", sem portas ou paredes divisórias, mas com uma abundância de cadeiras do tipo "beanbag" e sofás.

Os professores dão palestras curtas e oferecem ajuda individualizada, mas a maior parte das aulas é de auto-aprendizado e on-line. "Se parece estranho, é porque é", diz Alberto Carvalho, superintendente das Escolas de Miami. Mas ele não vê qualquer utilidade em forçar a geração iPod a se adaptar a um modelo de sala de aula que pouco mudou em 300 anos.

O esforço para reinventar a Escola tem também desencadeado um confronto explosivo com sindicatos de professores e defensores da Educação tradicional. Em parte, é uma divisão filosófica.

Os críticos dizem que as Escolas virtuais transformam a Educação em uma busca amplamente utilitária: aprenda o conteúdo, clique para seguir em frente, aprenda o conteúdo, clique para seguir em frente.

Eles lamentam a falta de discussão, temem que as crianças não serão desafiadas a enfrentar riscos e preocupam-se sobre a desvalorização de habilidades mais suaves aprendidas em sala de aula, como cooperação, tolerância e autocontrole.

"As Escolas ensinam às pessoas as habilidades de cidadania, como se relacionar com outros, como argumentar, ser razoável, deliberar, como tolerar as diferenças", diz Jonathan Zimmerman, professor de história da Educação da Universidade de Nova York.

Mas o ensino virtual tem muitos defensores poderosos. Rupert Murdoch, diretor-presidente da News Corp., dona do The Wall Street Journal, é um deles. No ano passado, a News Corp. comprou 90% da Generation Wireless, uma empresa de Educação tecnológica que vende computadores portáteis a professores para ajudar a monitorar o desempenho dos alunos.

E muitos pais e alunos que já experimentaram a Educação on-line também acreditam em seus benefícios. Noah e Allison Schnacky inicialmente escolheram a Florida Virtual por sua flexibilidade. Ambos são aspirantes de ator que viajam com frequência. Noah diz que gosta de expressar seus pensamentos no teclado, sozinho no seu quarto, em vez de em uma classe lotada. Mas há desvantagens também.

Depois de ficar para trás em álgebra, tentou marcar um telefonema de 15 minutos com sua professora. Ela estava com a agenda totalmente ocupada por um mês. A Florida Virtual diz que foi uma anomalia e que a maioria dos alunos pode obter esse tipo de assistência em três dias. Os professores também respondem a e-mails diariamente.

No final, a Escolaridade virtual "se resume ao que você faz dela", diz Rosie Lowndes, uma professora de estudos sociais da Georgia Cyber-Academy. Crianças que trabalham em estreita colaboração com os pais ou os professores vão bem, diz. "Mas, basicamente, deixar uma criança educar-se por conta própria não vai ser uma boa experiência educacional". O computador, diz ela, não pode fazer isso sozinho.

Comente, compartilhe e espalhe por aí
Leia também
Dificuldades de aprendizagem
FRACASSO ESCOLAR PODE TER COMO ORIGEM ALGUM COMPROMETIMENTO NO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR, COGNITIVO, LINGUÍSTICO, EMOCIONAL E ATÉ INSTITUCIONAL. Clic aqui e continue lendo

TECNOLOGIA: Hoje, a Internet. Amanhã, a Internet das Coisas?

No futuro, qualquer coisa poderá ter uma presença on-line, gerando dados que poderiam ser usados de formas inimagináveis.
por LAMONT MADEIRA, DA COMPUTERWORLD (EUA)
O calcanhar da chuteira foi um dos primeiros exemplos da Internet das Coisas, mas Andrew Duncan não sabia disso na época. "Minha namorada foi capaz de me ver na tela do computador quando fiz uma caminhada de cinco quilômetros", lembra Duncan, um consultor de tecnologia de Los Angeles, que participava de uma caminhada para angariar fundos para combate ao Alzheimer, em novembro de 2010. 

Seu sapato, equipado com GPS, é da GTX Corp e custa 299 dólares, com uma assinatura mensal wireless. Esse é um exemplo amplamente previso da Internet das Coisas, em que qualquer coisa com inteligência (incluindo máquinas, estradas e edifícios) terá uma presença on-line, gerando dados que poderiam ser usados de formas inimagináveis atualmente. Observadores da indústria discordam apenas que estamos longe disso e ficção científica melhor retrata o que está vindo. 

"Qualquer coisa inteligente teria uma presença on-line", diz o analista da ABI Research, Sam Lucero. 

O Chief Futurist da Cisco, Dave Evans, concorda. Ele prevê 50 bilhões de aparelhos conectados até 2020, e as redes sociais para conectá-los. "Nos próximos anos, qualquer coisa que tenha um interruptor on-off estará na rede", diz ele. "Prevejo que ocorrerá em praticamente todos os setores e fluxos da vida." 

E essa grande onda já começou... 
"Há várias indústrias em que a Internet das Coisas está acontecendo", diz Steve Hilton, de uma consultoria sediada em Londres, Analysis Mason. Está acontecendo nas áreas de energia e utilities, automóveis e transporte, e segurança e vigilância. Há um "pouquinho na saúde", acrescenta. Se você incluir o leitor de e-books como o Kindle, que já está acontecendo no campo do consumidor. 

Ainda não estão acontecendo, diz ele, na linha branca de eletrodomésticos. "Os vendedores querem, mas eu não acho que vai ser um grande mercado", diz Hilton. "Se custa um extra de 150 dólares, você compraria? Nesse caso, a tecnologia está à frente da demanda do mercado." 

A vice-presidente da IBM Research, Katharine Frase, pergunta o que os modelos de negócio poderiam desenvolver para a máquina de lavar roupa, o termostato e o aquecedor de água serem geridos em conjunto, por qualquer consumidor. "Nós vemos uma disposição das pessoas em compartilhar informações entre si se vão receber algo de volta. Se houver algum benefício, como se souber que posso reduzir a conta de energia quando eu estou tomando banho, então pode ser OK". 

"Os investimentos estão sendo feitos agora", acrescenta o gerente de produtos da Microsoft Windows Embedded, Kevin Dallas, que se recusou a dar exemplos específicos. "Estamos vendo isso em todas as indústrias, e vamos começar a ver os resultados nos próximos dois a três anos." 

Dallas prevê vários possíveis cenários de futuro próximo com base na Internet das Coisas: 
· Como membro de um programa de fidelidade, você envia sua lista de compras a uma loja. Recebe uma tag RFID na chegada, e os sinais digitais de exibição em rede da loja vão direcioná-lo pelos corredores, de item para item, para encontrar o que você precisa. 

· Sua geladeira monitora o seu conteúdo e faz sugestões para reabastecimento (refrigeradores com conectividade já estão no mercado, incluindo um da Samsung, mas para Hilton, atualmente não há demanda de mercado) 

· Seu carro prevendo para onde vai e com sugestões se você perguntar qual posto de gasolina mais próximo, utilizando os dados da nuvem. (Toyota e Microsoft já estão construindo serviços como esses.) 

· Seu carro, adicionalmente, monitora suas funções internas e oferece conselhos de manutenção, como o OnStar, uma facilidade de diagnóstico remoto que já é oferecida pela General Motors e, agora, por fabricantes de outros carros. 

· Seu carro pode ter uma caixa-preta de dados que podem ser submetidos à sua companhia de seguros, em um esforço para obter taxas reduzidas, assumindo que os dados constituem evidência de uma condução segura. Um número de empresas de seguro do carro já oferece políticas de uso de dados coletados por um instrumento montado no carro. 

· Seu carro pode enviar-lhe um aviso, se o adolescente estiver dirigindo numa determinada velocidade, ou por meio de um especificado "geo-fence", como pode agora ser feito com certos dispositivos. 

"Depois de três ou quatro anos, irá além de varejo, e depois de dez anos toda a nossa vida será diferente do que podemos imaginar agora", prevê o estrategista da Compass Intelligence, uma empresa de consultoria em Scottsdale, Arizona, Kneko Burney."Em dez anos, não vai ser estranho ter um fone de ouvido de telefone celular embutido no próprio ouvido." 

Na China, o premiê Wen Jiabao fez da Internet das Coisas uma meta nacional, observa o professor do MIT, Edmund W. Schuster, que trabalha no Auto ID Center da universidade. "Os chineses veem como parte fundamental de uma sociedade harmoniosa, especialmente aquilo que tornaria mais fácil coordenar os serviços nas cidades densamente povoadas", diz Schuster. 

Além disso, o governo municipal de Wuxi, um subúrbio de Xangai, anunciou a intenção de construir um parque temático baseado em Internet das coisas. 

Origem no M2M: 
A Internet das coisas começou há cerca de 15 anos com a ideia das tecnologias machine-to-machine (M2M) para monitorar ativos remotos. A maioria acabou extinta com as redes proprietárias, explica Alex Brisbourne, chefe do Kore Telematics, um provedor de serviços sem fio. 

A mudança para a Internet das Coisas iniciou em 2001, "quando começamos a ter os IP (Internet Protocol) oferecidos por meio de redes de telefonia celular", lembra ele. 

"A Internet das Coisas é um termo mais novo, mas significa o mesmo que M2M", concorda o analista da Research Beecham, Bill Ingle. "As operadoras têm se interessado em M2M nos últimos dois anos como outra fonte de receitas, quando o mercado de voz começou a saturar." 

Lucero, da ABI Research, acrescenta que há uma sobreposição considerável entre a Internet das Coisas, M2M, RFID, medidores inteligentes, redes de sensores diversos e sistemas de controle industrial e automação residencial. 

A tecnologia: 
Um grande catalizador será disseminação do IPv6, que tem o potencial de oferecer endereços de Internet suficientes para cada átomo na face da terra, observa Evans. 

"Não há barreiras técnicas", concorda Burney. O fator limitante é o custo dos microcomponentes, a largura de banda das redes sem fio, as estratégias de negócios e a capacidade dos humanos de absorver tanta informação, acrescenta. 

Os laboratórios da HP Labs estão atualmente desenvolvendo sensores de nanotecnologia para Internet das Coisas, diz o cientista sênior da HP e diretor do Grupo de Pesquisa em Nanotecnologia de laboratórios da empresa, Stan Williams. Até agora, seu laboratório desenvolveu um dispositivo baseado em MEMS para vibração, detecção e movimento, que pode sentir a vibração em três eixos. A HP está trabalhando também com sensores para sabor e cheiro baseados em laser. Ambos ocupam cerca de um milímetro quadrado, o que significa que sua produção pode ser muito barata. 

No próximo ano, os laboratórios da HP estarão montando seu primeiro grande projeto usando tecnologia da Internet das Coisas, um projeto de imagem sísmica para a Shell Oil, dando transparência para os 20 quilômetros da crosta da Terra por uma área de 10 quilômetros quadrados. "Nós vamos fazer o mesmo para a Terra, como já foi feito com as imagens dentro dos seres humanos", diz Williams. 

Mas, uma vez que a Internet das Coisas se generalizar, o volume de dados que será gerado será milhares de vezes maior que o atual, então a tecnologia de processamento "terá de ser milhares de vezes mais capaz", acrescenta Williams. "Isso é possível? Sim". 

Os processadores podem ser capazes mas, " quando vamos ficar sem largura de banda?", pergunta Katharine, da IBM. Para evitar isso, as informações deveram ser, de alguma forma, filtradas. A IBM está trabalhando em processamento de fluxo (para discernir sinais de ruído, utilizando análise rudimentar), e está fazendo outros trabalhos para que a atual largura de banda seja eficaz. O objetivo, diz Katharine, é "torná-la mais acessível para implementar dispositivos." 

Enquanto isso, os dispositivos ligado à Internet das Coisas precisará de novas interfaces de usuário, que deve ser intuitivo, observa Burney. A tecnologia básica, as interfaces e até mesmo os procedimentos para inicializar novos dispositivos envolverão novas especializações que exigirão extensa parceria com a indústria, prevê. 

Privacidade e segurança 

Sejam quais forem os desafios e vantagens da Internet das coisas, os usuários querem que seus dados permaneçam privados. E ainda não há resposta sobre como isso pode ser assegurado. 

"Nós não chegamos lá ainda", afirma Schuster, do MIT , em relação ao ambiente de segurança necessário. 

"Você poderia invadir seu medidor de energia e chegar até à usina de energia nuclear do outro lado da linha?", pergunta Brisbourne. "Para ser totalmente honesto, há projetos em nível federal, onde há gente tentando fazer exatamente isso e descobrir para onde realmente levam os buracos de segurança." 

Já existe uma força-tarefa na Comissão Europeia para estudar questões de privacidade em relação à Internet das Coisas, diz Dan Caprio, que trabalhou na Comissão Federal de Comércio que atualmente é um consultor estratégico do escritório de advocacia em Washington McKenna Long & Aldridge LLP. No ano passado, a Comissão Europeia o nomeou especialista em Internet das Coisas. 

"Há uma suposição, tanto na Europa quanto nos EUA, que teremos uma Internet das coisas", diz ele, acrescentando que se espera que a força-tarefa da CE faça suas recomendações em 2012 ou 2013. 

Nos EUA, segundo Caprio, a abordagem que concentra na proteção de informações sensíveis relativas às crianças, informações de saúde e informações financeiras. 

"Os europeus têm um monte de regulamentos, mas poucas ações para serem executadas", observa ele. "Nós (nos EUA) não têm os regulamentos de base, mas temos uma protecção eficaz contra as práticas enganosas." 

Nos EUA, os anunciantes podem achar especialmente atraente encontrar dados recolhidos pela Internet das coisas, nota Burney. Levará de três a cinco anos para descobrir o que é legalmente prudente, mas "eu acho que o resultado se assemelhará a um lista do que não se pode fazer, com os usuários tendo o controle sobre os dados de si mesmos que eles querem compartilhar", diz. 

Mas com um sistema inteligente contextualizado, posicionado corretamente, com a informação certa, no momento certo do anunciante certo ", será quase um prazer ser anunciado", prevê. "As pessoas podem vir a gostar de propagandas, desde que elas tenham valor." 

Automóveis, edifícios, medicina, entretenimento e até mesmo publicidade - parece que a Internet das Coisas acabará por tocar quase todos os aspectos da vida. O resultado final poderia ser tão inimaginável hoje como a rede de energia elétrica moderna teria sido para Benjamin Franklin. 

Já existe uma força-tarefa na Comissão Europeia para estudar questões de privacidade em relação à Internet das Coisas, diz Dan Caprio, que trabalhou na Comissão Federal de Comércio que atualmente é um consultor estratégico do escritório de advocacia em Washington McKenna Long & Aldridge LLP. No ano passado, a Comissão Europeia o nomeou especialista em Internet das Coisas.

"Há uma suposição, tanto na Europa quanto nos EUA, que teremos uma Internet das coisas", diz ele, acrescentando que se espera que a força-tarefa da CE faça suas recomendações em 2012 ou 2013.

Nos EUA, segundo Caprio, a abordagem que concentra na proteção de informações sensíveis relativas às crianças, informações de saúde e informações financeiras.

"Os europeus têm um monte de regulamentos, mas poucas ações para serem executadas", observa ele. "Nós (nos EUA) não têm os regulamentos de base, mas temos uma protecção eficaz contra as práticas enganosas."

Nos EUA, os anunciantes podem achar especialmente atraente encontrar dados recolhidos pela Internet das coisas, nota Burney. Levará de três a cinco anos para descobrir o que é legalmente prudente, mas "eu acho que o resultado se assemelhará a um lista do que não se pode fazer, com os usuários tendo o controle sobre os dados de si mesmos que eles querem compartilhar", diz.

Mas com um sistema inteligente contextualizado, posicionado corretamente, com a informação certa, no momento certo do anunciante certo ", será quase um prazer ser anunciado", prevê. "As pessoas podem vir a gostar de propagandas, desde que elas tenham valor."

Automóveis, edifícios, medicina, entretenimento e até mesmo publicidade - parece que a Internet das Coisas acabará por tocar quase todos os aspectos da vida. O resultado final poderia ser tão inimaginável hoje como a rede de energia elétrica moderna teria sido para Benjamin Franklin.
Veja abaixo um vídeo explicativo sobre o que é a “Internet das Coisas” (em inglês):




Comente, compartilhe e espalhe por aí:
Leia também:
Nota Fiscal Paulista, você abate o valor do IPVA ou recebe os créditos em dinheiro
O Programa Nota Fiscal Paulista devolve 30% do ICMS efetivamente recolhido pelo estabelecimento a seus consumidores. Clic aqui e continue lendo
Compartilhar no WhatsApp