Mas algumas dúvidas pairam sobre os projetos com lacres das latinhas de alumínio. Uma delas é a respeito do porquê de coletar apenas o lacre, não a lata inteira. Muita gente acredita que o motivo é ele ser mais valioso do que o restante da embalagem, contendo maior concentração de alumínio.
Na verdade, é o oposto – o lacre contém menos alumínio na composição e, sozinho, ele tem menor valor comercial do que a lata em si. No entanto, as instituições preferem usá-lo para não prejudicar os catadores, para quem as latinhas são importante fonte de renda, e principalmente por uma questão de logística.
O manuseio dos lacres é mais simples do que o das latas: são fáceis de armazenar, não acumulam líquido nem atraem insetos. Isso descomplica o processo para as pessoas em casa e para quem coordena as iniciativas.
Depois que são entregues às instituições, o que acontece com os anéis de metal é outro questionamento comum. Muitos creem que são derretidos para virar uma cadeira de rodas. O que ocorre, porém, é que eles são vendidos para empresas especializadas em reciclagem de alumínio e o valor recebido é utilizado para comprar as cadeiras.
Caso o lacre não seja doado para projetos socioambientais como esses, a dúvida mais comum é se ele deve ser removido da lata mesmo assim. Segundo a Prefeitura de São Paulo, a embalagem deve ser descartada inteira no lixo reciclável, com o anel preso. Por essa parte ser menos pura em alumínio, ela perde valor comercial na reciclagem se não estiver anexada à latinha.
Mais de 33 bilhões de latas foram consumidas no ano passado no país, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), e 98,7% foram reaproveitadas, o recorde mundial.
Para continuarmos como líder global em reciclagem desse produto, é importante, portanto, que as latinhas sigam inteiras para a coleta seletiva e que os lacres sejam retirados só em caso de doação, em que terão a destinação certa do mesmo modo.
“A doação colabora com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para as pessoas com qualquer tipo de deficiência e ainda colabora com a preservação da natureza, o que automaticamente também impacta economicamente a sociedade”, defende Eliane Lemos.
“Com a campanha conseguimos impactar o meio ambiente de maneira muito positiva, recolhendo um resíduo presente na maioria das casas e promovendo a logística reversa, e ainda promover a mobilidade e inclusão de pessoas em vulnerabilidade social. Um ciclo completo que nos enche de orgulho”, comenta Ricardo Sampaio, gerente socioambiental da SPMAR.
Para saber mais sobre os projetos, pontos de coleta e quem pode se candidatar para receber a cadeira, acesse o site do Entre Rodas e do Lacre Solidário.