sábado, 6 de abril de 2013

NOSSO TEMPO: Alunos da USP que ficaram nus vão prestar 30h de serviços comunitários

Três estudantes de São Carlos responderiam 
pelo crime de ato obsceno.
Eles hostilizaram feministas durante protesto 
contra um desfile em fevereiro
Os universitários da USP de São Carlos (SP) que ficaram pelados e hostilizaram cerca de 40 integrantes de um grupo feminista que protestava contra a realização de um desfile de calouras, conhecido como “Miss Bixete”, em uma festa dentro do campus, em fevereiro, fizeram um acordo com o Ministério Público e deverão prestar 30 horas de serviços comunitários para evitar um processo criminal.

A audiência com os dois estudantes que ficaram pelados e outro que simulou sexo com uma boneca inflável ocorreu na quarta-feira (3). Segundo o promotor Marcelo Mizuno, que acompanha o caso, os universitários aceitaram cumprir pena por ato obsceno com a prestação de serviços à comunidade. “Eles serão encaminhados a Central de Penas e Medidas Alternativas, que definirá o tipo de trabalho que deverão fazer, mas deve envolver trabalho em entidades filantrópicas ou hospitais”, disse o promotor.

Segundo Mizuno, se as 30 horas de serviços forem cumpridas os jovens deixarão de ser processados criminalmente e não terão registro de passagem criminal pelo ocorrido. “Isso é possível devido a uma lei que define crimes como os de ato obsceno com menor potencial ofensivo, por ter pena menor de dois anos, então são beneficiados pela possibilidade de um acordo com o Ministério Público”, explicou.

A USP também investiga o caso através de um processo administrativo aberto em março. A universidade tem até 60 dias para concluir processo administrativo que pode resultar até na expulsão dos envolvidos.
Feminista protesta contra o 'Miss Bixete' na USPde São Carlos (Foto: Divulgação/Frente Feminista)
Entenda o caso
Cerca de 40 integrantes da Frente Feminista de São Carlos, que protestava contra a realização de um desfile de calouras, conhecido como “Miss Bixete”, dentro do campus da USP de São Carlos, foram hostilizadas por vários veteranos.

Segundo as feministas, o concurso de beleza realizado no dia 26 de fevereiro é machista, submete as estudantes a constrangimentos e muitas são pressionadas pelos veteranos para participar.

Irritados com a manifestação contra o evento, veteranos decidiram ofender os participantes, sendo que dois ficaram pelados e um simulou sexo com uma boneca inflável. "Tiraram sarro, xingaram, ficaram cantando as meninas que estavam no protesto, tentavam passar a mão e até jogaram bombinhas e cerveja na gente”, afirmou uma feminista em entrevista ao G1 no dia 1º de março.

O universitário Rafael Campanari, um dos organizadores do 'Miss Bixete' condenou a atitude dos estudantes que ficaram pelados, mas defendeu o evento. "Ninguém é forçada a participar, as garotas que sobem no palco e desfilam estão lá porque querem, gostam de ouvir assovios e ser aplaudidas", disse em entrevista no dia 2 de maio.

Disque-trote
Os calouros das universidades da região de São Carlos (SP) podem denunciar casos de abuso durante trotes universitários. O telefone da USP para relatar qualquer irregularidade é telefone é (16) 3373-9100. O número para denunciar trotes na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) é (16) 3306 6571.
Estudante simulou sexo com boneca inflável para ofender integrantes (Foto: Divulgação/Frente Feminista)
Postado orinalmente por G1

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