EDUCAÇÃO INTEGRAL
Escola deve fazer com que a maior parte do tempo das pessoas seja vivenciada por experiências educativas, dentro ou fora da aula.
O debate sobre educação ainda se concentra no financiamento, na avaliação de desempenho dos alunos e nas políticas salariais para professores.
Claro que tudo isso é importante, mas falta discutir o que é educação. Será que ensinar aos alunos os nomes das capitais dos Estados é educação? E fazê-los decorar os domínios morfoclimáticos? E conseguir que dominem as diferenças entre bolcheviques e mencheviques na Rússia Revolucionária ou entre jacobinos e girondinos na pós-Revolução Francesa?
O caminho para melhorar a educação no Brasil não está na imediata ampliação da jornada em escolas conservadoras, que em sua maioria ainda praticam a educação bancária, impondo conteúdos aos alunos. A escola pública atual não consegue cumprir a função de educar seus alunos e não tem nem mesmo competência para oferecer e garantir presença dos matriculados no ensino médio, na metade do tempo das aulas que estão previstas em seus calendários.
A solução para o Brasil é sim a educação integral, mas não como nossos políticos e gestores públicos a entendem. Para esse grupo, simplesmente dobrar o período de oferta de aulas garante a integralidade. Não é assim.
Educação integral é um conjunto de políticas que faz com que a maior parte do tempo das pessoas seja vivenciada por experiências educativas. Ela tem que garantir a formação completa do ser humano. É claro que alguns conteúdos básicos precisam ser ensinados aos alunos, sobretudo aqueles indispensáveis para que ele possa, durante toda a vida, ter as referências mínimas para quando precisar aprender conteúdos específicos e/ou aprofundados. Mas é preciso que todos possam ter gosto por aprender durante toda a vida (aprender a conhecer), que desenvolvam competências e habilidades para resolver problemas (aprender a fazer), que tenham um projeto de vida e consigam implementá-lo (aprender a ser) e que pensem, e ajam, em favor de uma sociedade mais justa, sustentável e inclusiva (aprender a conviver).
Educação integral não é só o que se faz em sala de aula ou dentro do prédio escolar. Ela se faz a toda hora e a todo momento. Ela tem que ser a arquitetura da escola, que deve ser convidativa à educação não formal. É a organização do espaço urbano e a medida concreta de quanto as pessoas têm direito às cidades. Nossas experiências de mobilidade no espaço urbano têm sido educativas? Por que em cidades com muitos parques públicos as pessoas respeitam mais o meio ambiente? Por que em cidades onde é mais fácil caminhar pela rua a taxa de obesidade é menor e menores são os problemas de saúde pública?
A educação integral é a possibilidade do exercício do ócio, as condições de lazer, as nossas relações com a natureza, é o governo deixar de olhar a saúde de forma puramente curativa e exercer poder no sentido de promover amplas políticas preventivas, é a diferença entre cada pessoa ser expectadora dos conteúdos produzidos pela grande imprensa e ela poder produzir conteúdo, é o exercício de uma cultura de paz, é a redução do consumo para alguns e o esforço para incluir no mercado consumidor outros, entre tantas outras coisas. E isso tudo não se faz só na escola. Aliás, até o que esperamos da escola na contribuição por uma educação integral não tem sido feito. Muito pouco do que acontece hoje dentro das salas de aula podemos chamar de educação.
Escola deve fazer com que a maior parte do tempo das pessoas seja vivenciada por experiências educativas, dentro ou fora da aula.
O debate sobre educação ainda se concentra no financiamento, na avaliação de desempenho dos alunos e nas políticas salariais para professores.
Claro que tudo isso é importante, mas falta discutir o que é educação. Será que ensinar aos alunos os nomes das capitais dos Estados é educação? E fazê-los decorar os domínios morfoclimáticos? E conseguir que dominem as diferenças entre bolcheviques e mencheviques na Rússia Revolucionária ou entre jacobinos e girondinos na pós-Revolução Francesa?
O caminho para melhorar a educação no Brasil não está na imediata ampliação da jornada em escolas conservadoras, que em sua maioria ainda praticam a educação bancária, impondo conteúdos aos alunos. A escola pública atual não consegue cumprir a função de educar seus alunos e não tem nem mesmo competência para oferecer e garantir presença dos matriculados no ensino médio, na metade do tempo das aulas que estão previstas em seus calendários.
A solução para o Brasil é sim a educação integral, mas não como nossos políticos e gestores públicos a entendem. Para esse grupo, simplesmente dobrar o período de oferta de aulas garante a integralidade. Não é assim.
Educação integral é um conjunto de políticas que faz com que a maior parte do tempo das pessoas seja vivenciada por experiências educativas. Ela tem que garantir a formação completa do ser humano. É claro que alguns conteúdos básicos precisam ser ensinados aos alunos, sobretudo aqueles indispensáveis para que ele possa, durante toda a vida, ter as referências mínimas para quando precisar aprender conteúdos específicos e/ou aprofundados. Mas é preciso que todos possam ter gosto por aprender durante toda a vida (aprender a conhecer), que desenvolvam competências e habilidades para resolver problemas (aprender a fazer), que tenham um projeto de vida e consigam implementá-lo (aprender a ser) e que pensem, e ajam, em favor de uma sociedade mais justa, sustentável e inclusiva (aprender a conviver).
Educação integral não é só o que se faz em sala de aula ou dentro do prédio escolar. Ela se faz a toda hora e a todo momento. Ela tem que ser a arquitetura da escola, que deve ser convidativa à educação não formal. É a organização do espaço urbano e a medida concreta de quanto as pessoas têm direito às cidades. Nossas experiências de mobilidade no espaço urbano têm sido educativas? Por que em cidades com muitos parques públicos as pessoas respeitam mais o meio ambiente? Por que em cidades onde é mais fácil caminhar pela rua a taxa de obesidade é menor e menores são os problemas de saúde pública?
A educação integral é a possibilidade do exercício do ócio, as condições de lazer, as nossas relações com a natureza, é o governo deixar de olhar a saúde de forma puramente curativa e exercer poder no sentido de promover amplas políticas preventivas, é a diferença entre cada pessoa ser expectadora dos conteúdos produzidos pela grande imprensa e ela poder produzir conteúdo, é o exercício de uma cultura de paz, é a redução do consumo para alguns e o esforço para incluir no mercado consumidor outros, entre tantas outras coisas. E isso tudo não se faz só na escola. Aliás, até o que esperamos da escola na contribuição por uma educação integral não tem sido feito. Muito pouco do que acontece hoje dentro das salas de aula podemos chamar de educação.
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